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Mostrando postagens de junho, 2009

Moralidade infantil não é coisa de ET.

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O assunto "educação moral" parece algo extremamente careta. Ainda mais para quem estudou na época da ditadura e teve aulas de "educação moral e cívica". Ou para quem acha que educação moral tem a ver com religião ou com as Senhoras de Santana. Não é nada disso. A educação moral é uma área fascinante da educação, uma luz no fim do tunel nestes tempos de tecnologia avançada e comportamento social pré-histórico. Os estudos sobre a moralidade infantil permitem ao educador trabalhar de maneira muito positiva os conflitos, as transgressões, as relações humanas, a ética, o consumismo, a violência e todas as demais questões da moral humana que, obviamente, estão presentes e efervescentes dentro dos muros da escola. E o mais interessante é que tais questões não são trabalhadas em forma de aula ou sermão. A educação moral é quase uma postura, uma ferramenta que o educador utiliza na condução de todas as demais atividades. Ela muda a maneira com que se fala com a criança, com

Caligrafia e regras na escola.

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A nova profa. de português do meu filho, que está no 6º ano, insituiu exercícios semanais de caligrafia. Todos os alunos têm que fazer. Quem me conhece deve saber o quanto fiquei contrariada com a novidade. Acho exercícios generalizados de caligrafia, em qualquer idade, uma perda de tempo e de neurônio infantil. Mas esse não é o assunto de hoje. Meu filho, percebendo meu bufar, resolveu que tinha carta branca para não fazer o exercício. Hoje ele deve mais de 20 páginas de caligrafia à professora. Me vi diante de um dilema: obrigo o moleque, que tem quase 11 anos, a fazer os exercícios (terá que ser sob tortura) ou apoio a rebeldia (num claro desrespeito ao professor)? Nem um, nem outro. Um pequeno caso lido no livro que mencionei no texto sobre bilhetes escolares , me deu a luz. Achei interessante compartilhá-lo com vocês: Numa escola de freiras, muito rígida, o uso de adornos, como jóias e bijuterias, era proibido. Uma determinada aluna ia pra escola limpinha, mas levava os enfeites

Meu blog não é brincadeira.

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Estou há 5 anos fora do mercado publicitário. Sabia que muita coisa iria mudar. Mas, cada vez que recebo um email de "agência de propaganda" solicitando publicidade no Ombudsmãe, não deixo de me surpreender com a crescente falta de noção dos profissionais que atuam hoje no mercado. Só isso explica receber por email, textos contando sobre um produto ou campanha publicitária e "sugerir" que eu fique "à vontade para citá-lo no meu blog." Relôôôôô 1! O blog é meu e os caras sugerem que eu fique à vontade para escrever nele?! Relôôôôô 2! O que é que Maria leva? Eles querem que eu ajude a criar buchicho. Mas ninguém fala em dinheiro, em brindezinhos, em gratificações. Na cara dura os meus colegas esperam que eu dedique meu tempo, meus neurônios e a ponta dos meus dedos para ajudá-los a vender um produto, DE GRAÇA! É trabalho gratuito! Com tanta ONG precisando de voluntário, eles esperam que eu abrace a causa de fazer o trampo deles. Sei... Relôôôô 3! Tem uns que

"Mãe, a professora mandou um bilhete."

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"Uma professora uma vez enviou um bilhete para uma mãe informando-a que seu filho não queria fazer os exercícios, não ficava na fila e tagarelava durante as aula. Terminava solicitando que a mãe tomasse as devidas providências. No dia seguinte, a mãe enviou um bilhete para a professora informando-a que, em casa, o aluno dela não queria escovar os dentes, comer verduras e arrumar os brinquedos. Terminava solicitando que a professora tomasse as devidas providências." Ouvi esta anedota de uma grande educadora, que trabalha com a formação de professores. Ela queria ilustrar como, muitas vezes, os professores fazem uso indevido dos bilhetes aos pais, solicitando providências para problemas que são, claramente, da responsabilidade do professor. A educadora defendia que o bilhete, corriqueiro para a maioria dos professores, para os pais é motivo de grande angústia. Muitos pais, sem saber como lidar, acabam aplicando castigos, sanções e até batendo na criança. Outros saem em bus

Bizarrices escolares

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Cantinho do Amor - A primeira impressão é que deve ser um cantinho onde as garotas penduram fotos e suspiram ao som do Jonas Brothers, mas não...é muito mais criativo. A professora que o implementou, usa este termo para disfarçar o cantinho do castigo (que hoje em dia os pais não toleram). E, quando manda uma criança para lá, ela diz: "Vá para o Cantinho do Amor, porque..." e as crianças são obrigadas a completar em coro: "...quem ama, educa!" Detalhe bizarro master plus: as crianças estão no 6º e 7º ano! Até o Içami Tiba morreria de vergonha! Grades coloridas: uma escola pública resolveu atacar o problema da indisciplina enchendo a escola de grades. Eram portas e janelas engradadas para todos lado. (Estamos falando de crianças e jovens em formação, mas tem muita gente que acredita que transformar a escola em um presídio é a melhor solução para a violência). O corpo de bombeiros, na vistoria de rotina, mandou tirar tudo. Se houvesse um incêndio, morreriam todos qu

Quando os filhos crescem?

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Criamos os filhos para o mundo. Será? Esta semana dois episódios me fizeram questionar esta minha convicção. No primeiro, encontrei meu caçula, de 5 anos, sozinho na cozinha fazendo um bolo. Olhei para a tigela de massa, achando que seria mais uma das melecas que ele adora fazer, misturando qualquer ingrediente que encontra. Me surpreendi ao ver uma massa que bem poderia ser um bolo. Perguntei o que ele tinha colocado ali e ele disse: "farinha, leite e três ovos." Surpresa, sugeri que também colocasse açúcar e ele disse: "Eu sei... ainda falta açúcar e chocolate. Vai ser um bolo de chocolate." Respondi enternecida: "Ah, filho...o chocolate em pó acabou." E ele disse que iria pedir para a vizinha. Saiu correndo e voltou vitorioso com uma xícara de Nescau que imediatamente foi despejada na massa. Uma colher de sopa de fermento depois e a massa foi para o forno, para virar um delicioso bolo que foi servido a todos, inclusive à vizinha. No dia seguinte, chego

Qual o propósito das festas juninas nas escolas?

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Festa junina em escola tem o objetivo de manter viva uma importante tradição da nossa cultura ou é só um meio de angariar fundos? Tenho esta dúvida todas as vezes que vou a uma quermesse e vejo pais constantemente assediados por crianças desesperadas por fichas para jogar nas barracas, filas para comprar comidas e tudo girando em torno de dinheiro. Não questiono a festa em si. Adoro a música, o quentão, os quitutes, o colorido das fitas, a molecada jogando estralinho, as conversas ao pé da fogueira (que nem brilham mais). Mas nas festas que tenho frequentado, a confraternização tem sido claramente ofuscada pelo comércio e me pergunto se isso é adequado no ambiente escolar. As alternativas existem. Há alguns anos, fui a uma festa em uma escola de São Paulo que era organizada com a participação dos pais. Cada um levava um prato de comida e bebida. Tinha a equipe do quentão e do vinho quente, a equipe da fogueira, a equipe da limpeza. Era tudo de graça. E não havia música sintetizada nos

Coca-Cola não sabe o que é ser mãe.

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No mês passado foi a Claro . Este mês, quem leva o troféu "Chispa da minha sacola retornável" é a Coca-Cola, com seu desaforado slogan: “Quer saber, mãe, tudo o que você faz tem um sabor único. Porque você é essa Coca-Cola toda!”. Relôôôôu Coca-Cola e seus publicitários: EU NÃO SOU UMA COCA-COLA! Nem quero ser. Imagina...tanto esforço, tanta dedicação, para ser considerada alguém melada e cheia de gases. A Coca-Cola pode ser poderosa, absoluta, ícone dos prazeres do consumo, mas transformá-la em adjetivo/sinônimo de MÃE é forçar a barra. E achar que nos sentiríamos lisongeadas com tal comparação, é arrogante, prepotente e míope. Desculpem, mas vocês teriam que colocar muito xarope de coca nesta fórmula para conseguir chegar próximos aos nossos pés. Chega de levar desaforo pra casa. Mesmo que ele venha embalado em uma simpática garrafinha retornável. Fico com meu suquinho de frutas, porque o feirante só me chama de linda. Isso sim é conhecer bem o público.

A escola dos meninos felizes.

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Duas mães, com filhos na mesma classe, conversam ao telefone: "O que você está achando da professora?" "Gosto dela. É doce e trata as crianças de maneira muito acolhedora." "Pois é, acho que este é o problema, ela é terna demais." "E isso é problema? Nossas crianças parecem estar aprendendo bastante com ela. No vídeo que mostraram na reunião de pais, seu menino apresentou uma solução para um cálculo que até agora estou tentando acompanhar. Eu jamais teria resolvido aquele problema daquele jeito. É avançado demais para mim." As duas começam a rir. A mãe insatisfeita com a professora insiste: "Do aprendizado não posso me queixar. Mas parece que para ele é tudo fácil. Ele faz tudo rapidamente, se livra das tarefas, não se dedica, parece que não tá nem aí. Acho que falta pulso por parte da professora." "Escuta, mas se o importante é o aprendizado e ele está aprendendo, o que está pegando?" "Eu queria vê-lo sofrer mais com os